A Reserva José Márcio Ayres, um dos locais mais visitados dentro do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, foi presenteada com mudas de vitórias-régias (Victoria amazonica), plantas aquáticas nativas da região amazônica. As plantas foram doadas pelo Museu Emílio Goeldi, e já compõem o espaço que também é conhecido como borboletário. Além de abrigar uma fauna diversa, com cinco espécies de borboletas, treze espécies de aves e uma arraia, a reserva agora dispõe de mais uma espécie da flora amazônica.
A chegada das Vitórias-régias é fruto de uma parceria que ganha força entre o Mangal das Garças e o Museu Emílio Goeldi. “Buscamos sempre fortalecer os vínculos com instituições que trabalham com biodiversidade, pois sempre há essa troca de conhecimento e espécimes, o que ajuda ambos a complementar o ecossistema preservado”, afirma Camilo González, veterinário do Mangal das Garças.
Em 2021 algumas iguanas, reproduzidas em larga escala no Mangal, foram transferidas para o Museu Emílio Goeldi. O veterinário explica que essa parceria se dá de várias formas, além das doações mútuas de animais e plantas. “Também há permutas de treinamentos, entre outras formas de elevar ainda mais o potencial do trabalho realizado por essas instituições, a quais possuem como objetivo em comum a conservação, sendo o cooperativismo fundamental para este fim”, destaca González.
Biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro conta que a vitória-régia é uma planta diferenciada e muito exigente com relação a incidência de luz, ou seja, ela não tolera temperaturas mais brandas e com sombras. Guerreiro também cita outras curiosidades sobre as flores desta planta, conhecidas como jaçanãs (as maiores flores das Américas). “As vitórias-régias são magníficas e possuem um perfume encantador. Suas flores desabrocham na primeira noite com uma coloração branca e na manhã seguinte se “fecham”, passando a apresentar um tom rosado. A flor dura, em média, dois dias. Ao final do segundo dia, essa flor submerge nas águas e se torna um fruto e uma semente”, conta o biólogo.
Com grande espessura, as vitórias-régias podem alcançar até 2,5 metros de diâmetro. A capacidade de flutuação da planta, que costuma despertar a curiosidade do público, se deve a uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar, localizados na parte inferior, e a uma rede de canais para escoamento de água que se apresenta na parte superior, o que contribui para o flutuar da planta.
As folhas da vitória-régia, por sua vez, quando adultas, formam um ângulo de noventa graus, e este é um método utilizado para identificar quando elas estão devidamente crescidas. As que estão no Mangal das Garças ainda estão em fase de crescimento.
“Existe um mito de que a vitória-régia poderia sustentar um bebê na superfície, entretanto seria muito arriscado. A planta possui, na parte inferior, a coloração roxa e é dotada de muitos espinhos, como um mecanismo para evitar a predação”, revela Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças.
Lenda – A lenda da vitória-régia diz que a indígena Naiá se apaixonou por Jaci (a lua), beijou o reflexo lunar do rio e se afogou. Onde ela se afogou, nasceu a planta da vitória-régia.
Programação diária no Mangal das Garças:
– Alimentação das Iguanas no caminho para o farol – 8h30
– Alimentação das Tartarugas e peixes no lago – 9h
– Passeio com a coruja Nairóbi: de terça a sexta, às 9h
– Alimentação das garças no Recanto da Curva: 11h, 15h, 17h30.
– Soltura das borboletas no Borboletário: 10h e 16h (monitorado)
– Passeio da coruja Olívia – 17h
Serviço:
Para entrada e permanência no local, é obrigatório usar máscara e apresentar, na entrada do espaço, a carteira de vacinação com as duas doses em dia e um documento com foto.
Texto: Gabriel Nascimento/Ascom Pará 2000