Desde 2022 o Parque Zoobotânico Mangal das Garças desenvolve um projeto de criação de abelhas nativas sem ferrão, o qual o objetivo é destacar a importância das mesmas para o meio ambiente. Já consolidado, o projeto ganha destaque neste primeiro trimestre de 2024, após ser integrado ao projeto de educação ambiental e permitir que público veja de perto o trabalho realizado.
A ideia do projeto surgiu no ano de 2018, quando a farmacêutica Adriane Gomes teve contato com as abelhas-sem-ferrão durante a graduação. “Foi na iniciação científica da Embrapa que minha pesquisa se voltou ao controle de qualidade de abelhas. A paixão só foi aumentando, e então decidi mostrar o trabalho à equipe técnica do Mangal, que abraçou o projeto e firmou parceria com a inserção e cultivo das abelhas no Parque”, revela a farmacêutica, que realiza pesquisas voltadas às abelhas nativas e também é mestranda em ciência e tecnologia de alimentos pela Universidade Federal do Pará.
No Parque Zoobotânico Mangal das Garças, Adriane contou com o apoio do biólogo Basílio Guerreiro, e do médico veterinário Camilo González. O veterinário explica que, apesar de as abelhas com ferrão serem as mais popularmente conhecidas, a América do Sul possui suas próprias abelhas, denominadas de abelhas nativas ou abelhas-indígenas. Ambas espécies possuem a mesma função de polinizar as plantas e florestas, além de produzirem mel.
Algumas colmeias artificiais em formato de “casas” foram instaladas no Mangal, que atualmente possui 7 casinhas onde são cultivadas espécies diversas como a Uruçu amarela (Melipona flavolineata); a Uruçu da bunda preta (Melipona melanoventer); a Iraí (Nannotrigona testaceicornes) e a Mosquito (Plebeia mínima).
“As abelhas alocadas no Mangal foram retiradas do habitat natural por estes representarem risco, nos quais houve episódios de desmatamento ou queimadas, por exemplo. A maioria é Terra Alta e Santa Isabel. Normalmente elas vivem em ocos de árvores, e, por isso, aqui no Mangal foram distribuídas em várias casinhas que imitam o seu habitat natural, para ficar o mais confortável possível”, explica Adriane Gomes.
O objetivo do projeto é mostrar a importância das abelhas nativas na polinização, além de realizar a educação ambiental. “As pessoas não estão muito acostumadas a estar tão próximas de abelhas por medo do ferrão, mas, no caso das abelhas nativas, que não possuem ferrão, podemos demonstrar com mais cuidado como funciona a organização delas, que é muito interessante. É uma ótima oportunidade de sensibilizar pessoas de todas as idades, porque as abelhas têm um trabalho muito importante para a natureza. Esse trabalho com as abelhas nativas é uma ótima ferramenta para as pessoas perderem o medo e respeitá-las”, destaca Camilo González.
As casinhas das abelhas ficam localizadas nas proximidades da ilha das aves, no caminho da Reserva José Márcio Ayres e podem ser observadas de perto durante o horário de funcionamento do Mangal das Garças, que é de terça a domingo, de 8h às 18h, com entrada gratuita.
Foto: DivulgaçãoPara os que tiverem interesse e desejarem conhecer mais sobre o projeto de cultivo das abelhas nativas, é só procurar a equipe técnica do Parque, que irá explicar como as espécies vivem, dentre outras curiosidades.
Serviço:
Parque Zoobotânico Mangal das Garças – Entrada gratuita
Funcionamento: terça a domingo das 8h às 18h. Fechado às segundas para manutenção.
Endereço: Rua Carneiro da Rocha, s/n – Cidade Velha, Belém – PA
Texto: Bianca Portela/Estagiária Ascom OS Pará 2000