No dia 5 de outubro, é comemorado no Brasil o Dia das Aves. O Parque Zoobotânico Mangal das Garças é muito conhecido pelas visitas abundantes das garças que têm o local como uma segunda casa. Mas, para muito além das garças, o Mangal também é o lar de diversas outras aves e vem, desde 2005, concentrando seus esforços na conservação, reabilitação e reprodução desses animais.
Apesar de ser ilegal no território brasileiro, desde 1967, a caça de aves para tráfico, comercialização ou esportes ainda é muito comum. O Mangal atua como refúgio para bichanos que foram maltratados ou abandonados, além de abrigar diversas outras espécies e conduzir estudos sobre a reprodução de algumas aves e a reintrodução da espécie na natureza.
Uma das moradoras do Parque, Elza, a arara-azul, foi doada por um morador de Tucuruí a Semas que levou ao complexo e, após a realização de exames, foi descoberto que a mesma tinha sido vítima de uma tentativa de caça e possui uma bala alojada perto da asa, incapacitando-a de levantar voo. Bichanos como esse não têm mais capacidade de voltar para a natureza livre, por isso são muito bem cuidados dentro de zoológicos, onde poderão ter um resto de vida calmo e feliz.
“As pessoas são críticas, pois pensam que os animais são retirados da natureza e mantidos em cativeiro somente para o entretenimento. O que, na realidade, é um trabalho pela conservação, cuidado e reabilitação dos animais à natureza”, comenta Camilo González, veterinário do Parque.
Em 2024, o Mangal obteve mais de 100 nascimentos entre as diversas espécies de aves do plantel, além de mais de 50 filhotes recebidos dos órgãos ambientais ou resgatados da fauna livre do parque, que receberam os cuidados necessários para que muitos deles pudessem voltar à natureza.
O Parque Zoobotânico também é referência em pesquisas acadêmicas voltadas para aves, principalmente dos Guarás. Os estudos em torno dessa espécie vêm se estendendo desde o início do Parque, em 2005, fruto do conhecimento acumulado de muitos técnicos que passaram pela equipe do complexo.
“Existem projetos em andamento para que algumas das aves que nascem dentro do parque passem por um processo de condicionamento para serem reintroduzidas em regiões onde antes existiam e atualmente não existem mais. Como, por exemplo, o projeto Guará, que visa repopular o litoral do Rio de Janeiro com guarás nascidos no Parque. O evento da reprodução em cativeiro é um sinal de qualidade de vida de um animal silvestre, pois, para se reproduzir, é necessário que os bichos estejam livres de estresse, com uma nutrição adequada, um bom grupo social e um ambiente propício semelhante ao natural. Por isso, cada ovo posto e cada pintinho se desenvolvendo é uma alegria e uma motivação para a equipe continuar”, afirma Camilo González.
O Dia das Aves é essencial para a conscientização sobre esses animais, muitos dos quais enfrentam o risco de extinção. Essa data ressalta o papel significativo do Parque Zoobotânico Mangal das Garças na preservação dessa herança tão magnífica da fauna. Com uma equipe de veterinários, biólogos e técnicos dedicados, que se empenham diariamente em cuidar e proteger as aves, o parque se torna um verdadeiro lar e refúgio, garantindo que essas espécies continuem a se desenvolver nas futuras gerações.
O Parque funciona de terça a domingo, das 8h às 18h, e as aves estão presentes em diversos recintos ao longo do complexo, tanto em vida livre quanto dentro dos espaços monitorados.
Texto por Bianca Portela Ascom – OS Pará 2000